Não percebi nada do que se passou connosco.
Embora essa ignorância tivesse o seu encanto por vezes.
Nunca me senti realmente querido ou procurado mesmo
tendo sido tu que deste os primeiros passos. Da última
vez que estivémos juntos então foi flagrante. Senti que me estava
a entregar tanto e não só eu como também tu mas no fim senti-me
como num daqueles encontros fruto de um qualquer engate barato
em que não há vontade de tocar a pessoa com quem se esteve
tão próximo, pelo menos fisicamente, minutos antes. E atenção que
eu não tenho nada contra esses encontros, mesmo nada acredita.
Já os tive e valeram o que valeram na altura e por saber exactamente
ao que ía não me senti rejeitado no fim. O que aconteceu
no nosso último encontro. A agitação e a estranheza ao contacto.
Disseste que era por o teu irmão poder estar perto. Disseste ainda
que era eu que tinha ficado stressado. Não acreditei. Não tinha
ficado nada que não fosse a tentar perceber o que te estaria a passar
pela cabeça. Obriguei-me a acreditar que era mesmo
por causa do teu irmão poder aparecer a qualquer altura.
Saí de lá mesmo a acreditar nisso. Mesmo! Nem sequer comecei
a jogar um dos meus jogos preferidos que é o de me auto penitenciar
e tentar perceber o que correu mal por minha culpa ou
mesmo inventar uma razão completamente desligada da
realidade. Jogo do qual saio sempre muito mal posicionado.
Fui para o carro, fumei um cigarro ainda antes de entrar.
Consegui arranjar uma solução,
provisória, que foi a de que toda a gente tem dias em que acaba
por fazer coisas que ninguém consegue explicar muito bem.
Nem as próprias pessoas grande parte das vezes. Chegou-me
para ficar em paz, para chegar a casa e pensar que
num dia depois iríamos esquecer aquilo como uma coisa a que
não se dá importância, porque não a teve, ou mesmo que chegaríamos
a falar no que realmente se passou e se encontraría uma explicação
mais fácil que todos os filmes que se fazem quando não se sabe a verdadeira
razão de ser de uma coisa.
A semana de silêncio que se seguiu aguçou os medos de que se
tinha passado
mesmo alguma coisa irreparável. Veio o fim de semana no Porto. Abrupto.
Um telefonema no final de Domingo que me parecia ter
corrido até bastante bem a
alimentar a expectativa de um reencontro que se queria
para uns dias depois.
Outra vez o silêncio. Um mail a justificar a metade
silenciosa no suposto dia do encontro.
Mais silêncio. Até agora.
Só mudez.
Nada.
Não percebo.
Embora essa ignorância tivesse o seu encanto por vezes.
Nunca me senti realmente querido ou procurado mesmo
tendo sido tu que deste os primeiros passos. Da última
vez que estivémos juntos então foi flagrante. Senti que me estava
a entregar tanto e não só eu como também tu mas no fim senti-me
como num daqueles encontros fruto de um qualquer engate barato
em que não há vontade de tocar a pessoa com quem se esteve
tão próximo, pelo menos fisicamente, minutos antes. E atenção que
eu não tenho nada contra esses encontros, mesmo nada acredita.
Já os tive e valeram o que valeram na altura e por saber exactamente
ao que ía não me senti rejeitado no fim. O que aconteceu
no nosso último encontro. A agitação e a estranheza ao contacto.
Disseste que era por o teu irmão poder estar perto. Disseste ainda
que era eu que tinha ficado stressado. Não acreditei. Não tinha
ficado nada que não fosse a tentar perceber o que te estaria a passar
pela cabeça. Obriguei-me a acreditar que era mesmo
por causa do teu irmão poder aparecer a qualquer altura.
Saí de lá mesmo a acreditar nisso. Mesmo! Nem sequer comecei
a jogar um dos meus jogos preferidos que é o de me auto penitenciar
e tentar perceber o que correu mal por minha culpa ou
mesmo inventar uma razão completamente desligada da
realidade. Jogo do qual saio sempre muito mal posicionado.
Fui para o carro, fumei um cigarro ainda antes de entrar.
Consegui arranjar uma solução,
provisória, que foi a de que toda a gente tem dias em que acaba
por fazer coisas que ninguém consegue explicar muito bem.
Nem as próprias pessoas grande parte das vezes. Chegou-me
para ficar em paz, para chegar a casa e pensar que
num dia depois iríamos esquecer aquilo como uma coisa a que
não se dá importância, porque não a teve, ou mesmo que chegaríamos
a falar no que realmente se passou e se encontraría uma explicação
mais fácil que todos os filmes que se fazem quando não se sabe a verdadeira
razão de ser de uma coisa.
A semana de silêncio que se seguiu aguçou os medos de que se
tinha passado
mesmo alguma coisa irreparável. Veio o fim de semana no Porto. Abrupto.
Um telefonema no final de Domingo que me parecia ter
corrido até bastante bem a
alimentar a expectativa de um reencontro que se queria
para uns dias depois.
Outra vez o silêncio. Um mail a justificar a metade
silenciosa no suposto dia do encontro.
Mais silêncio. Até agora.
Só mudez.
Nada.
Não percebo.
3 comentários:
bom bom era termos aqui a resposta........hehehehe
boa carta johnnyboy:)
Relendo, detenho-me na palavra "mudez".Tão raro o seu emprego.Tão forte.****
Apesar de tudo a tua "solução provisória" é a melhor resposta para uma vivência que, enquanto não lhe é dado um sentido por alguém, é realmente estranha... Repito-te: "toda a gente tem dias em que acaba por fazer coisas que ninguém consegue explicar muito bem"...e acrescento: até alguém o querer explicar...
Enviar um comentário