domingo, 13 de janeiro de 2008

Não percebi nada do que se passou connosco.

Embora essa ignorância tivesse
o seu encanto por vezes.

Nunca me senti realmente querido ou procurado mesmo

tendo sido tu que deste
os primeiros passos. Da última

vez que estivémos juntos então foi flagrante. Senti que me estava

a entregar tanto e não só eu como também tu mas no fim senti-me

como num daqueles encontros fruto de um qualquer engate barato

em que não
há vontade de tocar a pessoa com quem se esteve

tão próximo, pelo menos
fisicamente, minutos antes. E atenção que

eu não tenho nada contra esses
encontros, mesmo nada acredita.

Já os tive e valeram o que valeram na altura e
por saber exactamente

ao que ía não me senti rejeitado no fim. O que aconteceu


no nosso último encontro. A agitação e a estranheza ao contacto.

Disseste que
era por o teu irmão poder estar perto. Disseste ainda

que era eu que tinha ficado
stressado. Não acreditei. Não tinha

ficado nada que não fosse a tentar perceber
o que te estaria a passar

pela cabeça. Obriguei-me a acreditar que era mesmo


por causa do teu irmão poder aparecer a qualquer altura.

Saí de lá mesmo a
acreditar nisso. Mesmo! Nem sequer comecei

a jogar um dos meus jogos
preferidos que é o de me auto penitenciar

e tentar perceber o que correu mal por
minha culpa ou

mesmo inventar uma razão completamente desligada da


realidade. Jogo do qual saio sempre muito mal posicionado.

Fui para o
carro, fumei um cigarro ainda antes de entrar.

Consegui arranjar uma solução,


provisória, que foi a de que toda a gente tem dias em que acaba

por fazer coisas
que ninguém consegue explicar muito bem.

Nem as próprias pessoas grande
parte das vezes. Chegou-me

para ficar em paz, para chegar a casa e pensar que


num dia depois iríamos esquecer aquilo como uma coisa a que

não se dá
importância, porque não a teve, ou mesmo que chegaríamos

a falar no que
realmente se passou e se encontraría uma explicação

mais fácil que todos os
filmes que se fazem quando não se sabe a verdadeira

razão de ser de uma
coisa.

A semana de silêncio que se seguiu aguçou os medos de que se

tinha passado


mesmo alguma coisa irreparável. Veio o fim de semana no Porto. Abrupto.

Um
telefonema no final de Domingo que me parecia ter

corrido até bastante bem a


alimentar a expectativa de um reencontro que se queria

para uns dias depois.


Outra vez o silêncio. Um mail a justificar a metade

silenciosa no suposto dia do
encontro.

Mais silêncio. Até agora.
Só mudez.
Nada.
Não percebo.

3 comentários:

Su Duarte disse...

bom bom era termos aqui a resposta........hehehehe
boa carta johnnyboy:)

Queen Frog disse...

Relendo, detenho-me na palavra "mudez".Tão raro o seu emprego.Tão forte.****

Cristal disse...

Apesar de tudo a tua "solução provisória" é a melhor resposta para uma vivência que, enquanto não lhe é dado um sentido por alguém, é realmente estranha... Repito-te: "toda a gente tem dias em que acaba por fazer coisas que ninguém consegue explicar muito bem"...e acrescento: até alguém o querer explicar...