terça-feira, 18 de março de 2008

INconclusão num teste de filosofia à pergunta: Para ti, o que é a Arte?

Ao vestido branco ao vento da Marilyn Monroe
aos pés descalços da Cesária
a um passeio pelo museu do Louvre,
à cachupa da minha tia
a cena do DiCaprio de braços abertos na popa do Titanic
aos muitos dribles de Messi
a uma manga verde lavada no mar
aos namoros de Neruda
à vista dum avião por cima das nuvens,
a Van Gogh

às crises existenciais do meu irmão adolescente,
às penas dos índios americanos
a Shubert depois de um charro deitada no chão da sala
à queda do muro de Berlim
à “minina bu sta bunita” de Tcheka
ao episódio 348 do “Tom & Jerry Show”
à Praia Grande numa segunda-feira de sol em que estás com a perna engessada,
ao sorriso perdido da Mona lisa,
à colecção de Jean-Paul Gaultier primavera-verão 1998,
aos balaios de fruta da rua da Praia,
aos balaios de fatiota da Praça Nova,
ao Jaguar XJ 1968 preto de estofos beges e jantes cromadas de 17 polegadas
as palavras de Cristo
às piadinhas ridas horas a fio no Corsa do Johnnyboy no miradouro 1
aos cometas, satélites e estrelas no teu céu,
a frase “I have a dream!” de Martin Luther King
aos recantos do Mundo onde não há Coca-Cola
aos recantos onde há…
Às muitas ilhas fantásticas do Germano
Às gueixas com batom vermelho sobre porcelana
À “Imagine” do Lennon
Ao cuscuz com mel de cana e queijo de terra regado a chá de belgata
Ao trotear de Fred Astaire
Ao idealismo de Cabral
Aos morangos frescos cobertos com molho chocolate quente
Ao cruzar de pernas da Sharon Stone no Instinto Fatal,
À operação ao cancro
À mestria de Roger Federer
À melancolia e màgoa de Callas
A sumo de laranja acabadinho de espremer numa manhã de ressaca…

Ao genialismo de Da Vinci
Às suzudas com sucrinha,
Ao Sinatra a cantar a “My Way”
Às catadoras de Chá nas montanhas do Sri-Lanka
Aos spots publicitários
Ao evangelho de Judas
Aos “Cem Anos de Solidão” de Garcia Marquez
Ao colà de Sanjon e aos rosários com papel vermelho que ta pintá bico,
Às Lisboas de Pessoa, e nos Pessoas das ruas de Lisboa,
Aos penteados do Yannick Djaló
Ao beijo final do “E tudo o vento levou…”
A flores zuccini recheadas com queijo mozzarela,
Ao Surrealismo e ao perfume de Dalí
Às piadas do meu colega de carteira Ivan,
À irredutibilidade de Quixote de la Mancha
às putas da marginal de mini-saias vermelhas e cinto dourado ou prateado de 300 escudos na Pam Pam Mista China igualzinho ao meu,

Ao auto-retrato de Frida Khalo,
A um Alabastro ,reserva 1998 tinto a 27,5º
na “Garota do Ipanema” de Jobim
ao escovar de cabelos da tua mãe,
Às loiras, ruivas e morenas na Playboy
aos textos da Queen Frog e da Cristal de Fogo
ao telemóvel Razor V3 da Motorola
aos comentários
ao papel higiénico preto ou com riscas de arco-íris
às mornas de B.Leza
aos saltos do Spiderman 3
ao sorriso desamparado do teu filho,
à dança do ventre,
ao IPod
ao beijo na testa do teu irmão
ao desespero de uma viúva agarrada ao caixão
ao sorriso do Al Pacino no Godfather II
ao vontade indómita.blogspot
Aos U2 no primeiro e não neste ultimo CD,
ao teu cão,
à caca do teu cão,
ás formas dos carros,
aos chips
papagaios de papel
garfos
Á musicalidade única de Orlando Pantera
os rabiscos que fazes num papelinho enquanto falas ao telefone
Às avenidas e ruas de Nova Iorque a passar por Nova Deli e desaguar nos mercados de Dakar

Ao amor e cumplicidade dos meus avós
Aos Chupa-chupas,
Ao bêbado que pede moedas à própria sombra,
Às imagens que nos trouxe Costeau do fundo do mar…
A andar de bicicleta de braços abertos e de olhos fechados
nos livros
cadeiras
na ecografia em que finalmente vês os pés, os dedos e o bater do coração do teu filho,
a casas,
Arvores,
ruas,
talheres,
nuvens,
peixes,
sapatos
borboletas,
guarda-chuva…………….. (ou guarda-sol?)
moscas mortas ao pé da janela,
ao doce de leite da tua avó…Arte.
Arte.

A cada respiro, a cada segundo desta criação, permanentemente Arte.Arte da Experiência Humana , e sensibilidade desta, na interligação e interacção de experiências humanas vividas ou testemunhadas por todos nós.Arte de tudo que nos rodeia, e que em nós desperta sentimentos, reacções, estas mesmas Arte da mesma forma.
Arte é tudo, e tudo é Arte.
Arte da sobrevivência humana, Arte como criação e transformação constante,
Arte sublime,
Arte banal,
Arte bela,
feia,
incisiva,
perfumada,
chata,
intrigante,
obsessiva,
compulsiva,
irritante,
abstracta,
perdida,
pretensiosa,
alegre,
tendenciosa,
arrogante,
cansada,
excitante,
colorida,
ambígua,
mas nunca,
nunca,
NUNCA INDIFERENTE.

3 comentários:

Queen Frog disse...

Maria,

Que exercício tão genial e tão comovente...ó pá, nem sei o que mais diga! Acho q também foi uma arte o johnny nos ter unido por aqui.

Abrazo*

Su Duarte disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

to a trabalhar e decidi dar aki uma espreitadela a este blog d uns amigos e to inspirado, maria inspiraste me deves ser xelente pois tens calma e absorves e sentes e cheiras m mais importante q isso tens consciencia, a tua consciencia n te abandona e sabes smp o k tas a sentir e das lhe valor e es capaz d o materializar em palavras, isso e xelente, pareces q estas em contacto ctg sabes o k és e vives te a ti intensamente procurando coisas bonitas para estimularem o teu caminho. bem, m isto foi so o k me fez sentir loool bom caminho, boa viagem