quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Chegar

Tirar os graus

Farejar

Olhar

Adaptar

Retrair

Expandir

Entrar

De novo retrair

Tentar relaxar

Não conseguir

Respirar

Fundo

Agora sim, descontrair

Não muito

Parar

Imobilizar

Completamente

Insegurança

Sentir a quietude total como ameaça

Não saber o que se teme

Tremer

Voltar a mexer

Os movimentos a devolverem o conforto

Voltar a tremer

Saber que não é de frio.

3 comentários:

Su Duarte disse...

uau johnny
so sensual...será sexo, no preciso momento da....?
será entrar num café apinhado?
será?
beijos my sexyboy love ya

Queen Frog disse...

E SER vivo!UAU, Johnny, UAU!

JohnnyBoy disse...

O que será que me dá que me bole por dentro
Será que me dá
Que brota a flor da pele será que me dá
E que me sobe as faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo me faz implorar
O que não tem medida nem nunca terá
O que não tem remédio nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente que não devia
Que desacata a gente que é revelia
Que é feito aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos toda alquimia
Que nem todos os santos será que será
O que não tem descanso nem nunca terá
O que não tem cansaço nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro será que me dá
Que me perturba o sono será que me dá
Que todos os ardores me vem atiçar
Que todos os tremores me vem agitar
E todos os suores me vem encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem juízo.

Chico Buarque