Porque é que mesmo estando apaixonada,
e completamente over o meu ex..
custa-me tanto vê-lo com outra...?
Isso queria eu saber....
Já não o quero...nem nada que se pareça...
Mas detesto cada centímetro da outra que nem sequer conheço e provavelmente é muito boa pessoa senão não namorava com ele...
Quem sabe? Eu cá tenho a minha teoria mas não quero influenciar ninguém...
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Rosa,
nunca esqueci o teu nome. disseram-mo antes de ti. numa noite de há cinco anos atrás.
com ele, a tua idade (trinta e poucos anos) e o crédito dos teus dias e noites. vendias o corpo para sustentar dois filhos e um marido toxicodependente.
conheci-te logo de seguida. os teus olhos verdes, banhados de armagura. eras então muito mais velha do que minutos antes, quando soube a tua idade. a tua face enrugada. as tuas vestes tresandando a esperanças perdidas. e sorriste, com todos os teus dentes podres. sorriste.
de todas as mulheres que conheci, num trabalho final de curso, foste aquela de quem trouxe o nome e o rosto.
e hoje do lado de cá do vidro, esbarro na rua contigo. eram três da tarde. estavas sentada no mesmo Largo de há cinco anos. onde continuas à espera de um qualquer cliente. novo, habitual.
fazer render o dia, vendendo a tristeza dos teus dia a retalho. e com ela o teu sexo.
não sei dizer-te porquê Rosa, mas o teu nome hoje andou comigo pelas ruas. fez eco dentro de mim.
tu. mulher, de olhos verdes, mulher.
nome de flor, mulher.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Chegar
Tirar os graus
Farejar
Olhar
Adaptar
Retrair
Expandir
Entrar
De novo retrair
Tentar relaxar
Não conseguir
Respirar
Fundo
Agora sim, descontrair
Não muito
Parar
Imobilizar
Completamente
Insegurança
Sentir a quietude total como ameaça
Não saber o que se teme
Tremer
Voltar a mexer
Os movimentos a devolverem o conforto
Voltar a tremer
Saber que não é de frio.
Tirar os graus
Farejar
Olhar
Adaptar
Retrair
Expandir
Entrar
De novo retrair
Tentar relaxar
Não conseguir
Respirar
Fundo
Agora sim, descontrair
Não muito
Parar
Imobilizar
Completamente
Insegurança
Sentir a quietude total como ameaça
Não saber o que se teme
Tremer
Voltar a mexer
Os movimentos a devolverem o conforto
Voltar a tremer
Saber que não é de frio.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Querida Avó,
Apareceste-me esta noite no regaço de um sonho, com o avental à volta da cintura, gordinha e a cheirar a canela e limão, como vinhas sempre abraçar-me.
Na minha cama; nos lençóis coloridos dos meus doze anos.
Esqueceste a tua escova de dentes na minha mesa de cabeceira. E não vieste mais buscá-la. Escondi-a no fundo da gaveta durante algum tempo. E os lençóis...Disse à minha mãe que já não tinha idade para dormir em lençóis com ovelhinhas e nuvens. Eram os que mais gostava!
Nos dias que se seguiram, nos muitos dias dos anos que se seguiram, li esta coincidência como uma espécie de mau presságio. Será que tinhas partido, porque tinhas dormido comigo?
Tu, que nunca tinhas dormido comigo antes!
Cresci com o itinerário da tua partida marcado em mim, na rota da minha cama e dos meus medos.
E não podia falar com a minha mãe. Lembro o prado inundado de lágrimas que eram os seus olhos. Não queria que eu estivesse ao seu lado, para não ter que esconder os soluços. Passado algum tempo, talvez pudesse ter falado, mas fazia tudo para não acordar nela a dor da tua ausência sempre tão presente.
E de repente um sorriso nas minhas bochechas. Ouço esta frase repetidamente.
Ainda mais nos dias em que como fruta e mais fruta e tanta fruta.
Se estivesses aqui, avó, poderíamos de vez em quando escapulir-nos para debaixo de um qualquer pomar.Era um lugar só nosso. Eu sentava-me no teu aconchego e fazíamos uma salada de fruta e poemas, de poemas e fruta.
Recordo tantas vezes as palavras que tinhas sempre para me dizer à volta do teu fogão.
Tenho a certeza que se gosto tanto de poesia é por ti, avó.
Hoje vou colocar um avental dos teus para te abraçar à volta do fogão.E da próxima vez que apareceres, vou ter uma taça de cerejas à tua espera.Ou então,vamos de mão juntas passear pelos pomares.
Gosto tanto de ti avó.
A tua neta.
Apareceste-me esta noite no regaço de um sonho, com o avental à volta da cintura, gordinha e a cheirar a canela e limão, como vinhas sempre abraçar-me.
Na última noite antes do acidente da tua partida, dormiste comigo. Lembras-te?
Na minha cama; nos lençóis coloridos dos meus doze anos.
Esqueceste a tua escova de dentes na minha mesa de cabeceira. E não vieste mais buscá-la. Escondi-a no fundo da gaveta durante algum tempo. E os lençóis...Disse à minha mãe que já não tinha idade para dormir em lençóis com ovelhinhas e nuvens. Eram os que mais gostava!
Nunca tinhas dormido comigo antes. Vieste nesse dia ajudar a tua filha a cozinhar e ficaste, porque já era tarde.
Nos dias que se seguiram, nos muitos dias dos anos que se seguiram, li esta coincidência como uma espécie de mau presságio. Será que tinhas partido, porque tinhas dormido comigo?
Tu, que nunca tinhas dormido comigo antes!
Cresci com o itinerário da tua partida marcado em mim, na rota da minha cama e dos meus medos.
Tu sabes, avó, que a morte havia já por outras vezes habitado a minha almofada de criança.Não foste a primeira a partir.O tio e a prima...Tu estavas lá para me abraçar.
E não podia falar com a minha mãe. Lembro o prado inundado de lágrimas que eram os seus olhos. Não queria que eu estivesse ao seu lado, para não ter que esconder os soluços. Passado algum tempo, talvez pudesse ter falado, mas fazia tudo para não acordar nela a dor da tua ausência sempre tão presente.
"Como és parecida com a tua avó, filha".
E de repente um sorriso nas minhas bochechas. Ouço esta frase repetidamente.
Ainda mais nos dias em que como fruta e mais fruta e tanta fruta.
Se estivesses aqui, avó, poderíamos de vez em quando escapulir-nos para debaixo de um qualquer pomar.Era um lugar só nosso. Eu sentava-me no teu aconchego e fazíamos uma salada de fruta e poemas, de poemas e fruta.
Recordo tantas vezes as palavras que tinhas sempre para me dizer à volta do teu fogão.
Tenho a certeza que se gosto tanto de poesia é por ti, avó.
Fiquei tão feliz que tivesses aparecido. Queria tanto dizer-te que hoje sei que me escolheste. Que foi a mim que quiseste dar o teu último colo. Não, não foi coincidência teres dormido comigo. Já não tenho mais medo, avó. Agora é com ternura que recordo a tua última noite nos meus lençóis coloridos. E se pudesse, vestiria novamente a minha cama com eles.
Hoje vou colocar um avental dos teus para te abraçar à volta do fogão.E da próxima vez que apareceres, vou ter uma taça de cerejas à tua espera.Ou então,vamos de mão juntas passear pelos pomares.
Gosto tanto de ti avó.
A tua neta.
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