sexta-feira, 16 de maio de 2008

"Carta de Amor Informático"

Penetraste no meu coração

Como um vírus no meu processador

Vindo de lado nenhum
Ofereces-me agora
O vazio da não opção

Estragaste-me o real
Obrigaste-me a reinventá-lo:
Para quê?

Agora estás
No meu cemitério de textos
Já não te posso reencaminhar

Arquivei-te no lixo da memória
Do meu Pentium IV
Que aliás já vendi

Troquei-o por um lap top*
Mais leve
Mais portátil
Mais facilmente descartável

Ana Hatherly


* o que tu não sabes, nem precisas saber, é que for falta de hábito já lhe viciei a bateria. Falha-me sempre quando mais o necessito!


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